domingo, 19 de outubro de 2014

Do outro lado

Jesús Martín-Barbero, nascido na Espanha no ano de 1937, semiólogo, antropólogo e filósofo. Um dos maiores estudiosos na área da comunicação em atividade. Apaixonado e deslumbrado pela América Latina, quase uma “raiz” colombiana. Recebeu seu apreço no Brasil pelo livro “Dos meios às mediações” (1992), onde se enfatiza nas mediações e nos estudos da receptividade, em especial nesse livro, Martín-Barbero trabalha a questão dos eixos epistemológicos, metodológicos e lógico da comunicação. Não se pensava mais nas questões da ideologia e dependência, mas na mediação e da hibridização, que permitem repensar a relação do popular com o massivo, da comunicação com os movimentos sociais, do receptor com o meio, todas “mediações” pelas estruturas socioculturais. Martín-Barbero se preocupa e trata muito bem sobre a tecnologia, ainda mais por vivermos em uma era onde ela pode ser a principal fonte positiva, em muitas vezes, negativa da comunicação.

Em uma entrevista concedida por ele ao site G1, foi perguntando:
G1: “Seu esforço para enxergar desde o outro lado, lado de quem recebe a informação, acaba por definir sua visão sobre o jovem de hoje. Pode falar um pouco sobre ela?”
Jesús Martín-Barbero: “A visão que a maioria das pessoas tem dos jovens é de que eles não têm memória, não leem, são conformistas. Não digo que não há muito disso, mas minha pergunta é: ficando aqui, que faço? Porque com essa visão não tenho nenhuma possibilidade de ajudá-los. Procuro então esse outro lado, e vejo que quando um adulto vê o adolescente com essas características está profundamente enganado, porque quem não tem memória, é conformista etc., é a sociedade. Compare a sociedade em que eu nasci com a atual. Cresci em um pequeno povoado, numa casa pequena, construída por meu tataravô, cheia de marcas do passado — dialogava com quatro, cinco gerações anteriores a mim, uma densidade enorme de memória. Agora, meus filhos nasceram em um apartamento que não tem uma marca sequer daqueles que por ali passaram. Essa nova realidade exige que olhemos os jovens de maneira mais profunda do que manda nossos preconceitos. Como eles, em frente a toda instabilidade atual, sonham, temem, planejam? Por esse prisma, consigo ver um conjunto de virtudes e vícios.”

G1: “É nesse conjunto em que atuam as novas tecnologias?”
Jesús Martín-Barbero: Lógico, porque há novas maneiras de se expressar. Foi a famosa antropóloga norte-americana Margaret Mead que, nos anos 70, ensinou-nos que a experiência dos jovens já não cabe na sequência linear da palavra impressa. E nada melhor para expressar essa experiência que as novas tecnologias, até porque esses jovens são contemporâneos do computador — que é muito mais do que uma máquina, é uma fusão do cérebro com a informação. Para mim, muito da crise de nossa sociedade passa por essa mistura de tudo. Até as linguagens estão misturadas, e a escola tradicional, que tudo quer separar, não consegue romper essa liga. Aliás, a escola tampouco consegue contribuir para a construção da sociedade, para a formação de cidadãos. Ela ainda está dedicada a tornar os jovens repetidores da palavra, a fazê-los memorizar livros, enquanto não os ajuda a analisar um simples telejornal, a ser pessoas criativas”. 

Entrevista completa ao G1:

Quantos foram os estrangeiros que vieram para o nosso país ganhar a vida? Quem não sonha em ter tudo de melhor? Os japoneses por exemplo vieram para a cidade de São Paulo para conseguir esse sonho, muitos se concentravam na rua Conde de Sarzedas e nas outras ligados a ela. Começaram a exercer algumas atividades comerciais por lá como: uma hospedeira, empório, uma casa que fabricava tofu, manju e também firmas agenciadoras de empregos . E hoje vemos como cresceu, formando o bairro da Liberdade, e como a cultura Japonesa tem uma forte influência não só na grande São Paulo como no país inteiro. Sendo assim o lugar que congrega a maior colônia japonesa do mundo, fora do Japão.



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