domingo, 30 de novembro de 2014

A demanda da identidade

Jesús-Martin Barbero é um espanhol nascido em Ávila, em 1937, que firmou residência na Colômbia. Estudou principalmente os meios de comunicação em massa, com foco no sujeito e nas mediações sociais. Com os meios de comunicação cada vez mais globalizados, ele explica que existe uma tendência à uniformidade, principalmente com o marketing sempre na tentativa que racionalizar tudo aquilo que o consumidor sente, para assim sintetizar os meios necessários para atingir o consumidor. Mas isso, na prática não acontece como os grandes mercados desejariam. Mesmo que tentem conhecer profundamente as necessidades das pessoas, para assim direcionar a elas aquilo que as satisfaça, o resultado é que não há a satisfação total, uma vez que não estão todos completamente felizes. Assim, de uma certa forma, aquilo que se tenta vender como sendo o que todos gostam, ou procuram, como uma maneira de direcionar ou controlar o consumo, não se concretiza totalmente, pois o controle está também com aquele que consome. Se as táticas comerciais globais funcionassem efetivamente, não haveriam conflitos sociais, turbulências entre classes ou insatisfação com o próprio, perante as posses alheias.

O autor destaca ainda que as novas tecnologias fizeram com que a cadeia de relação entre a produção e o consumo se modificasse, através dos novos modos de comunicação. A globalização não só mercantilista, mas também a de sistemas de informação, acaba por exercer influência na manutenção e formação de novas culturas, que agora possuem origens diversas, que se identificam partindo de diferentes regiões, povos, etnias e se encontram por quesitos de afinidade em opiniões e consumo, e não mais principalmente pela convivência física regional. Barbero propõe ainda algumas idéias, como pensar a comunicação por um  meio de desenvolvimento e inserção de diferentes culturas, as reconfigurações políticas que as diferenças globais provocam, as mutações tecnológicas que abrangem as informações, além do surgimento e morte das identidades.

Uma das principais idéias ou conceitos do autor, são as Mediações. Segundo ele, as mensagens passam por espaços, de natureza simbólica ou representativa entre o emissor e o destinatário, onde existem multiplas variáveis. Isso pode fazer com que o receptor não perceba a mensagem da mesma forma ou intenção que o emissor quando a produziu, e essas mediações seriam estratégias de comunicação. Ele ainda classificou alguns tipos de mediações:

Mediação Estrutural: são aquelas relacionadas as influências do contexto social, classe e convivência.
Mediação Institucional: aquelas realizadas pelo papel da igreja, partidos e escola.
Mediação Conjuntural: entra no contexto do receptor, faz uma imersão no modo de vida de quem recebe a mensagem.
Mediação Tecnológica: relacionadas ao cinema, rádio e tv, entre outras. Permite o estudo das lógicas dos sistemas produtivos e a lógica de seus usos.


Podemos observar algumas de suas idéias no modo como a população reage às novelas e filmes. Classes sociais diferentes interpretam o universo mostrado na tela a partir dos seus pontos de vista, e muitas situações podem causar impactos distintos. Comumente, nas novelas, mostra-se o cotidiano de pessoas de alta renda em bairros nobres do Rio de Janeiro, levando uma "boa vida", enquanto que na periferia a realidade é outra. Receptores de ambas as classes podem ver essas situações de forma natural (quando inclusos), pejorativa ou irreal, quando não fazem parte daquele quadro, ou quando acham que o que veem não se adequa ou corresponde a realidade em que vivem. Séries como "Sexo e as Nega" levantaram muitas questões acerca de racismo, estereótipos e discriminação. Mas essas impressões variam de acordo com a bagagem cultural daquele que vê, sendo que muitos se identificaram com as personagens, enquanto que outros pediram a suspensão da série. Nesse exemplo, podemos ver claramente que o emissor buscou mergulhar naquele universo, mostrando o que influencia nas decisões das pessoas daquele contexto, como a religião, a cultura e os valores familiares.

Links sobre a série Sexo e as Nega, e algumas repercussões



http://gshow.globo.com/programas/sexo-e-as-negas/
http://oneirophanta.org/2014/09/17/10-motivos-obvios-para-nao-ver-sexo-e-as-nega/
http://www.cartacapital.com.br/blogs/qi/sexo-e-as-nega-e-o-brasil-que-nao-entende-ironias-2211.html
http://veja.abril.com.br/noticia/entretenimento/o-oposto-do-racismo


Alguns links interessantes sobre Barbero:

http://www.revistas.ufg.br/index.php/ci/article/download/29187/16310

http://www.cambiassu.ufma.br/cambi_2009/dantas.pdf

http://www.youtube.com/watch?v=t0Asm0s9e8g


Conhecimento e comunicação, Jenkins curtiu e compartilhou!


          A tecnologia só vem transformando todos os meios com os quais nos relacionamos e correlacionando todos eles. Agora é possível estar conectado a tudo e todos 24 horas por dia além de ter acesso as mais variadas notícias e assuntos.
          Por exemplo, saindo de casa com apenas um smartphone no bolso, você pode usá-lo para se comunicar com amigos em redes sociais, para se inteirar das mais variadas notícias e assuntos de interesse, para se localizar e achar o melhor caminho até seu destino com um GPS, chamando o taxi mais perto através de um aplicativo, filmando e divulgando um vídeo sobre algum fato interessante com o qual se deparou no caminho, além de assistir televisão, ouvir as notícias pelo rádio, ou simplesmente fazer uma ligação. Resumindo, com tantas possibilidades, como não querer abraçar o mundo?


           O mundo inteiro se conectou e todo mundo pode obter as informações sobre os mais variados assuntos, saciando toda a vontade de absorver conhecimento sobre algo que gostamos  e indo mais além, compartilhando o que já sabemos para proliferar ainda mais conhecimento para a sociedade.  Exatamente essa relação, a de se expressar e passar adiante o que se sabe sobre qualquer assunto que possa ser interessante e recebido por outra pessoa é o que se tem por Cultura Participativa. Com tantos recursos e tanta informação circulando todo mundo pode aprender mais e fazer seu conhecimento auxiliar o próximo. Um exemplo são as fanfictions, onde fãs se juntam e compartilham seus conhecimentos e interagem sobre alguma obra pela qual tenham interesse e aprendem também com outros fãs.



           A partir do momento em que qualquer pessoa pode produzir conteúdo e ter essa informação compartilhada e passada adiante, gera toda uma rede de informações abertas e prontas a serem devoradas pela curiosidade e interesse de um próximo divulgador de conteúdo, formando indivíduos receptores e emissores ao mesmo tempo. Esse conteúdo e essa relação de troca de informações se torna um bem comum, o que Jenkins passa a chamar de Inteligência Coletiva (inspirado no conceito de Pierre Lévy). 

          Até aí tudo bem, tudo está se relacionando e então entendemos que com a tecnologia e a circulação de conteúdos começa a não ser suficiente para quem recebe que passa a também sentir a vontade de passar o que se sabe adiante, gerando a essa cultura e fazendo ela se tornar um bem coletivo. Porém para esse ciclo de pensamentos e teorias se completar na cabeça de Jenkins, falta um conceito, o da Convergência de meios. Essa convergência de meios é o que falo no início dessa postagem, é a relação dos meios de informação e comunicação trabalhando unidos para uma circulação igualitária de conteúdo para todos.

           E um ótimo exemplo de rede colaborativa é o  http://bliive.com/login , acessem lá!

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Entender o consumo

Observando o contexto do processo de globalização por volta dos anos noventa começamos a ver o que podemos chamar de convergência dos meios, diferentemente de antes, onde tínhamos um aparelho de tevê por exemplo que exercia somente a função de assistir imagem e som, éramos receptores passivos. Com o advento das tecnologias digitais, vislumbramos uma mudança nas maneiras como lidamos com os meios. Hoje por exemplo pode-se mandar e-mails pelo celular, que é sincronizado ao computador, que podemos liga-lo na tevê para assistir filmes, dentre outras milhares de possibilidades. Essas novas plataformas e ferramentas aliadas a internet começaram a mudar a maneira com que entendemos o fenômeno do consumo. Canclini posiciona a globalização como uma forma de termos acesso a várias informações vindas de diversos lugares do mundo em tempo real. Qualquer pessoa tem a possibilidade de conhecer, interagir com os conteúdos de mídia, e o consumo (de produtos, informação, mídia e etc) se dá de forma muito mais transnacional, pois rompe com as fronteiras locais. Para um exemplo prático, basta olharmos a prateleira de um supermercado qualquer: A maioria das coisas que consumimos, existem em outras partes do mundo. Na gastronomia por exemplo podemos citar refrigerantes e hambúrgueres, presentes em todo o mundo.

Canclini enxerga no consumo um processo de apropriação e uso dos produtos de uma maneira sociocultural, ou seja, o consumo pode explicar a sociedade na medida em que as pessoas se apropriam do sentido que os produtos carregam para suas próprias vidas. Um exemplo prático é o marketing de uma das maiores empresas do mundo atualmente, a Apple. Podemos dizer que marca prega um estilo de vida associado a simplicidade, ergonomia, estabilidade, design, praticidade, entre outros conceitos, ou seja, ela cria significados que remetem ao produto. É o que podemos ver nos vídeos oficiais dos produtos da Apple:




Canclini defende que a globalização não produz uma homogeneização cultural, mas que cada cultura pode ser valorizada em determinados aspectos criando um intercâmbio. Ele enxerga que um consumo cidadão pode ser compreendido também em um nível global, as pessoas querem associar um consumo responsável a suas vidas, um exemplo é a parte de responsabilidade ecológica dos produtos da Apple e a participação da empresa no dia mundial da AIDS:




quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Você no meio midiático

Com a junção dos meios midiáticos acontecendo, como por exemplo: um celular servindo como tevê; uma tevê podendo ter acesso à internet; um computador fazendo ligação telefônica.. Nos sentimos a vontade e predispostos a ajudar a criar novas ideias, ou seja, passarmos de somente telespectadores a participantes na formação da tecnologia. Não fazemos mais o papel de indivíduos passivos, que só recebem informação, sentimos também a necessidade de sermos ativos e participarmos do processo.



Jenkins afirma que essa vontade que temos de participar se deve ao fato da facilidade que causou a convergência dos meios, e que essa facilidade vem também na consumação dos produtos. A partir de exemplos fica fácil a compreensão de suas teorias.


O Foursquare 

O Foursquare é um aplicativo de check-in para dispositivos móveis. Criado em 2009, o aplicativo ganhou grande números de usuários.

-Como funciona? 

O Foursquare é uma rede social que lhe permite saber por onde seus amigos andam através de check-in. Ou seja, cada um pode mostrar em tempo real o local em que está. O aplicativo permite que um usuário “curta” um check-in, escreva uma dica sobre onde visitou, crie listas com locais que deseja visitar e interaja com seus amigos. É possível adicionar contatos de outras redes sociais, como Facebook e o Twitter, e do seu telefone, além de ver os lugares que eles estão e saber quando todos estão próximos a você para marcar um encontro.



-Onde o Foursquare se esbarra com a teoria da cultura participativa de Jenkins? 

Quem cria os estabelecimentos, ambientes, praias, cidades, países dentro do aplicativo somos nós. Esse é com certeza o mais legal da rede social, pois ela permite que a gente participe da criação de novos lugares para futuros check-ins. Além de termos a opção de dar dicas de determinado lugar, como por exemplo: ''Padaria Maxi Pão. Lugar agradável; vende uns brioches deliciosos; e também liberarem internet via wireless.'' Essa interação que temos com o aplicativo mostra que além de consumidores de um determinado produto, também somos produtores. Pois além de consumir passivamente, podemos produzir, criar, dar ideias ativamente. 


                                        

                              

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Sr. Jenkins vai recebê-los agora


Antes da popularidade da internet nos anos 90, os fãs de séries de televisão, filmes e quadrinhos já escreviam histórias sobre seus personagens favoritos, e é claro que as empresas detentoras dos direitos autorais sabiam que esse tipo de coisa acontecia, mas é um pouco difícil controlar o que os fãs criam quando seus contos são conhecidos apenas por amigos e alguns fãs da série que a pessoa encontrou em uma convenção.
Entretanto a web ofereceu um novo espaço para as criações de fãs, conhecidas como fanfictions, e “os fãs sempre foram os primeiros a se adaptar às nova tecnologias”, escreveu o americano Henry Jenkins, em seu livro Cultura da Convergência. Ou seja, a internet representou e representa um lugar onde se pode experimentar e inovar, onde os ficwriters (escritores de fanfics, para quem não sabe) desenvolvem diferentes estilos de escrita e histórias que até podem ser consideradas controversas por grandes empresas como a Lucasfilm (produtora da saga Star Wars), e a Warner Bros. (dona dos direitos autorais de Harry Potter).
As histórias com conteúdo adulto são o principal exemplo de controverso, afinal a Lucasfilm começou a
emitir alertas aos fãs que escreviam histórias sobre seus personagens favoritos, envolvendo-os em cenas de sexo explícito, apesar de liberar contos não eróticos. O mesmo aconteceu quando a série do bruxinho inglês Harry Potter começou a ganhar fama, porque a própria J.K. Rowling, autora dos livros, incentivava a escrita por parte dos fãs, mas pedia que fossem de conteúdo livre, e liberou para que a Warner emitisse alertas, caso sites com conteúdo adulto veiculassem alguma relação com os personagens da série.
Pode-se dizer que George Lucas (criador e fundador da Lucasfilm) e autores de ficção infanto-juvenil como J.K. Rowling se identificaram muito mais com os jovens que queriam ser cineastas, e faziam fanfilms que um dia poderiam abrir-lhes as portas de Hollywood, ou adolescentes que escreviam contos fantásticos para serem lidos por todas as idades do que com escritores que compartilhavam suas fantasias classificadas para maiores de 18 anos.
Os fãs não tinham total apoio dos criadores de suas histórias prediletas, e talvez tenham ficado decepcionados ou xingado muito no twitter, ou em qualquer outra rede social que as pessoas usavam na época, mas isso não mudou o fato que eles não pararam de criar. Há todos os tipos de história em sites dedicados à essas franquias, mas não só sobre elas. O Fanfiction.net, que conta com mais de 5.300.000 fics, em mais de 30 línguas, é um dos sites mais conhecidos no universo de criação de fãs sobre inúmeros livros, filmes, séries de tevê, mangás e bandas famosas, e foi nesse site que uma fã da saga Crepúsculo postou uma fanfic que veio se tornar o fenômeno editorial que ficou conhecido como Cinquenta Tons de Cinza.
A verdade é que esse tipo de criatividade alternativa encontrou-se com a Indústria Midiática, Jenkins utiliza um capítulo de seu livro tentando explicar-nos melhor essa situação, e ele afirma que “num mundo assim, os trabalhos dos fãs não podem mais ser encarados como simples derivados de materiais comerciais, e sim como sendo eles próprios passíveis de apropriação e reformulação pelas indústrias midiáticas”, e foi 
exatamente isso que aconteceu com o trabalho de Érika James. Ela era apenas uma inglesa apaixonada por uma saga de romance vampiresco, que criou uma fic em um universo completamente novo e menos fantasioso, isso se levarmos em conta que os vampiros e outros seres dos contos de fadas não fazem mais parte da história que ela inventou.
A fanfic Master of the Universe deixou a web em 2011 para virar a trilogia Cinquenta Tons de Cinza, se tornar um fenômeno editorial em pouco tempo, ficar semanas nas listas dos mais vendidos em vários países do mundo, e se tornar um dos livros eróticos mais conhecidos da atualidade. O filme baseado na história de Christian Grey e Anastasia Steele já foi até gravado. O lançamento acontecerá no dia 14 de fevereiro do ano que vem. Como disse Jenkins, nesse mundo que vivemos, “os produtores precisam dos fãs tanto quanto os fãs precisam deles”.





Postado por: Yasmin Machado Dias



segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Cultura participativa e inteligência coletiva

     Pierre Lévy é um filósofo e pesquisador na área cibernética e virtual. Ele aborda a inteligência coletiva na forma de experiências partilhadas e trocas de saberes entre as pessoas. É uma forma de colaboração, já que todo ser humano tem algum conhecimento, mas nenhum ser humano tem conhecimento sobre tudo. Nesse sentido, o potencial de interação entre os indivíduos (capital social) constituiria um dos índices de referência para se compreender a forma de propagação das ideias (capital cultural) através de uma infraestrutura de comunicação (capital tecnológico) no interior de uma comunidade, e seu consequente desdobramento ou não em ações coletivas inteligentes.



     A internet é um meio importante para a inteligência coletiva, pois conecta as pessoas de um para todos e não de um para um."Ela possibilita a partilha da memória, da percepção,da imaginação. Isso resulta na aprendizagem coletiva, troca de conhecimentos", disse o filósofo francês. O acesso à informação na internet é democratizado e constantemente atualizado. Assim, um  material de pesquisa completo e coerente não é formado apenas por uma pessoa, mas sim por um coletivo pensante.



                           O site de pesquisa Wikipedia é feito por um coletivo, e utilizado no mundo todo.






      Identifica-se três formas de gerar inteligência coletiva:
      
      1) Inteligência coletiva inconsciente: o usuário contribui com informações mesmo sem saber, pelo simples ato de navegas. Exemplos são clicks em links, figuras, etc. Essas informações são registradas e pelos servidores e poderão servir para posteriores pesquisas e dados.

      2) Inteligência coletiva consciente: modalidade reservada a alguns grupos, sendo necessário o esforço dos membros para sua concretização. O empenho de usuários nos fóruns de discussões em resolver determinado problema é um exemplo.


      3) Inteligência coletiva plena: é aquela que consegue reunir em um mesmo ambiente os dois exemplos anteriores.





        Um exemplo de inteligência coletiva por meio das redes sociais é o You Tube. Os usuários do You Tube postam vídeos para todos que quiserem assistir. Gravadoras do mundo todo possuem canais com clipes de seus artistas, permitindo que os usuários comentem e colaborem com a comunidade. O resultado da soma de milhares de pessoas online e suas contribuições através de comentários, reviews e experiências no uso de produtos e serviços permitiu a criação de uma fonte inesgotável de informação para ajudar na tomada da decisão nas compras online e offline das pessoas.





                      O clipe do cantor Jason Derulo tem mais de 300.000.000 de visualizações



      O livro "Programando a inteligência coletiva", da editora Alta books, 2008, explica como tirar conclusões sobre experiência de usuário, estratégias de propaganda, gostos pessoas e comportamento humano. É uma forma de aprofundar mais o conhecimento sobre a inteligência coletiva de forma mais direta e aplicável.











      



       



segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Inteligência Coletiva: Prestígio e mobilização.


Vivemos em um novo conceito de comunicação, onde podemos buscar fatos imemoriais em que o homem teve como o conhecimento, a exploração das potencialidades mais positivas em diversos campos como: no econômico, político, cultural e humano. E com um período de estudos e observações, eis o alcance da procura pelas respostas em suas investigações. E neste percurso, ocorreu o sucesso da ampliação ao longo dos anos, tendo como caminho realizado um conjunto do conhecimento através das interações e aprendizados, seguidos de resultados como o crescimento e o desenvolvimento das sociedades, somado com os meios comuns de comunicação, sendo eles: o papel e os aparelhos tecnológicos, como: a televisão, conectados aos meios virtuais como computadores, Ipad e celulares, que ao reconhecer essas mudanças desse ambiente, proporcionou a resulta nas novas redes de comunicação para a vida social e cultural. Tudo isso, permeia o conceito de Cibercultura que é algo que suporta a Inteligência Coletiva termo de destaque hoje, formulados por Pierre Lévy da Universidade de Sorbonne,Paris.






Pierre Lévy é um filosofo que desenvolve trabalhos de pesquisa sobre a cultura virtual contemporânea, como a inteligência coletiva, focando no contexto antropológico. Ele utiliza o conceito de Cibercultura que é um processo que ocorreu nos anos 2000, ligado ao progresso do mundo interligado na tecnologia, porém nesta técnica não podemos nos esquivar da problemática da globalização do ciberespaço, onde muitos querem que as culturas sejam fundidas em uma cultura globalizada.

O conceito de Inteligência Coletiva começou a ser trabalhado por Lévy em 1994, onde grupos discutiam as tecnologias da inteligência e buscavam o entendimento dessa nova forma de pensamento ligada às conexões sociais que se tornam laços duradouros. É impossível determos todo o conhecimento existente, devido à grande oferta de informação. Ao juntarmos o que cada individuo carrega em sua bagagem é possível alcançar a Inteligência Coletiva, através das linguagens, dos sistemas de signos, recursos lógicos e instrumentos dos quais nos servimos, como na internet em que os próprios usuários é que geram o conteúdo através da interatividade com o website,

E a partir do pensamento de Lévy (1994), resume-se que a inteligência coletiva é um conhecimento, onde a cultura pode ser difundida por toda parte; é o compartilhamento do saber gerando mais conhecimento, ou seja, é o dito das pessoas que coloca em curso o pensamento da sociedade. E para colocarmos como exemplos, temos o Blog da Disciplina Teoria de Comunicação II, Doses de Comunicação, onde todos os alunos postam um conhecimento adquirido sobre os autores e disseminam o conhecimento que é colocado como distribuição de saberes que é compartilhado a todos do Blog e temos também o Wikipedia,pois o homem comunica, participa, divulga, grita,promove, e questiona tudo em rede ainda que em ambiente virtual. E talvez, pela sua supremacia de informações, Lévy tem sido considerado pelos estudiosos como utópico e otimista.









a partir das considerações de inteligência coletiva e de ciberespaço, Pierre Lévy antecipa em suas observações relatadas em sua obra de 1994, um conjunto de ideias e elementos que se firmaram com o passar dos anos ligando o aperfeiçoamento das ciências da informática e das soluções tecnológicas através da globalização e da informatica. Lévy sintetiza algumas das realidades como a dos cursos à distancia pelos meios virtuais, dos seminários via satélite, dos chats e das redes sociais, que buscam promover cada vez mais a interação mútua entre os homens e a troca de informações de saberes.




Eu participo da cibercultura?


    Muita gente já deve ter ficado angustiado quando a bateria do celular acabou no meio do dia; se desesperou quando a conta de email ficou fora do ar ou, até mesmo, deixou de sair porque o destino não tinha wifi e, sequer, sinal 3g. Pensar em ficar sem todos os nossos aparatos tecnológicos é quase impraticável, não? Somos uma geração que se acostumou a fazer tudo com a ajuda da tecnologia.
    Para entender sobre esse fenômeno que está presente no nosso dia-dia, o autor Pierre Levy fez uma reflexão sobre o que é a cibercultura. Muito além do surgimento dos computadores, na década de 50, com seus sistemas centralizadores de informação e manipulados apenas por especialistas, a cibercultura apresenta-se como uma nova configuração do espaço e do tempo globais, iniciada no pós modernismo. Segundo Levy, fazemos parte de uma grande mudança civilizacional nas formas de comunicar, consumir, produzir e interagir com milhares de informações que nos chegam à todo momento. As redes sociais, por exemplo, nos aproximam de pessoas de todos os cantos do mundo e funcionam como capital social. São potencializadores de comportamentos, sendo, na prática, uma extensão virtual da nossa vida “off-line”.    

                           
Mas, afinal, o que é a cibercultura? Ela é um conjunto de práticas sociais combinadas com tecnologias digitais e comunicação. É um “pacote” de tecnologias, produção, consumo e circulação de informações reconfigurados culturalmente.
                                         

                        
   Publicar um conteúdo na internet é deixar sua marca no ciberespaço. Uma as principais características desses locais é a colaboração e a interação dos usuários neste espaço não físico. Quando você procura por um telefone, por exemplo, qual o primeiro local em que procura ? Quando  precisa entregar um texto ao professor ou combinar com um amigo sobre o trabalho da semana seguinte, qual canal você normalmente utiliza para se comunicar? Tenho certeza que utiliza a internet. Ou mais: se você dedicou alguns minutinhos para ler este texto enquanto envia mensagens pelo whatsapp e compartilha com os colegas no facebook, saiba que você é parte ativa da cibercultura e seus comportamentos ajudam a alimentar este espaço.
     




domingo, 9 de novembro de 2014

15 problemas e uma solução: o Google


No livro “Olhares sobre a Cibercultura”, André Lemos elenca um conjunto de quinze pontos problemas que nos ajudam a compreender a época em que vivemos. Ele começa sua reflexão pelo maior e mais falado de todos eles atualmente, o problema da definição de cibercultura.

Hoje em dia, com a “cultura da internet”, temos o mundo em nossas mãos com apenas um clique. E como toda mortal da pós-modernidade, fui além da tradicional leitura do Lemos e logo procurei ampliar, involuntariamente, os meus conhecimentos sobre o tema. Digitar no Google “A Cibercultura de André Lemos” foi o suficiente para eu entender definitivamente o significado de cibercultura, e o bastante para eu perceber que vivemos sim num ciberespaço.


A cibercultura é, portanto, a ampliação da leitura e da escrita, é a cultura de grupos que atuam na expansão das redes informacionais, é o conhecimento dinâmico baseado no digital, no hipertexto, no imediatismo, no simples clique do dia-a-dia. A cibercultura se prolifera a partir da expansão da internet e é composta por vários pedaços de culturas globais que ampliam o nosso saber imediato. Com ela, não somos apenas leitores como outrora, mas também produtores de conteúdo informativo do ciberespaço, o espaço virtual que existe quando nos conectamos à rede.

A cibercultura nasce no desdobramento da relação da tecnologia com a modernidade e a sua forma técnica permite a ampliação das formas de ação e comunicação com o mundo. Ela intercepta o lugar (espaço real) e o fluxo (espaço virtual) através de e-mails, listas, blogs, jornalismo online, webcams, chats, ICQs, fóruns, páginas pessoais e outros meios de comunicação que compõem o espaço ciberespaço em que vivemos. 


Um blog, um canal do YouTube ou uma página do Facebook, por exemplo, representam muito bem essa dinâmica da cibercultura: com eles podemos ampliar nosso conhecimento sobre qualquer assunto, produzir e compartilhar conteúdos com o mundo inteiro, expandir as redes de informação e ainda receber imediatamente uma resposta ou uma “curtida” de quem está do outro lado do globo.  



A cibercultura minimiza as distâncias físicas do mundo, permite estarmos só sem estarmos isolados, e nos torna emissores de informação. Porém, há o que nos questionar: “até onde devemos clicar, participar, opinar, e até quando devo contemplar, ouvir, e simplesmente absorver?”. Infelizmente ainda não temos a resposta concreta para a pergunta de Lemos. A única certeza que temos é a de que devemos sempre procurar ser mediadores de nós mesmos, devemos sempre estar abertos às potencialidades das tecnologias da cibercultura, ao passo que também devemos estar atentos às negatividades das mesmas. Devemos ter a consciência de que um clique nos leva ao conhecimento simultâneo e complexo, mas devemos também tomar ciência de que o tempo real inibe a reflexão, o discurso bem construído e a argumentação, ou seja, prejudica a nossa maior qualidade: a capacidade de pensar.