segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Consumo e Racionalidade


Acreditar na capacidade de total determinação dos produtores de mercadorias em relação aos usuários é uma visão presumível quando se fala do século passado.
Os estudos marxistas sobre o consumo e sobre a primeira etapa da comunicação de massa valorizam principalmente a determinação das empresas em relação ao consumo.
Porém, nos dias de hoje, há outra crença de que o consumo é individual e irracional, em que as massas adquirem os bens e produtos sem reflexão imediata.
Essas duas linhas de pensamento deixam de lado toda a complexidade que envolve as ações de consumo. Diante disso, o autor Néstor Canclini direciona uma teoria que ele chama de teoria sociocultural do consumo, em  O consumo serve para pensar, capítulo do livro Consumidores e Cidadãos.
O consumo não é apenas compra de produtos e mercadorias, nem de marcas, o consumo envolve, nos dias de hoje, importância política no momento em que se fala de uma orientação para mudança econômica. Além disso, o consumo também se relaciona com a identidade individual, em que o individuo adquire objetos segundo a lógica do grupo em que está inserido.
A proliferação de objetos e marcas pelo mundo também apresenta outra característica do consumo que é a de interação daqueles que possuem demandas em comum.
Todas essas características do consumo servem para enxergar que o consumo não é apenas capricho ou compras irrefletidas, mas um ato comum e importante a um cidadão. Canclini aborda alguns requisitos que, segundo ele, articulam o consumo como um exercício refletido da cidadania: a oferta diversificada de bens, informações confiáveis a respeito dos produtos e participação democrática dos principais setores da sociedade civil.
A racionalidade está tão presente nas relações de consumo atualmente que os produtores e emissores fazem de tudo para seduzir e persuadir o público e, principalmente, usam justificativas racionais para diferenciar uma mercadoria da outra e fazer com que o consumidor dê preferência àquela que possui uma causa.
Um exemplo dessa justificativa racional bastante utilizada em vários setores do mercado, abordada no texto, é a proposta da campanha Outubro Rosa de dar mais visibilidade para a importância do diagnóstico precoce e do tratamento para o câncer de mama.
                              ( fotos: www.facebook.com/lojasromera).

Várias marcas do setor moveleiro resolveram aderir e dar apoio à campanha de prevenção a esse câncer que atinge tantas mulheres. Uma dessas marcas que aderiram à causa foi a marca Romera. Esse setor moveleiro é um excelente espaço para a divulgação dessas campanhas, já que há, na maioria das vezes, participação feminina na compra de móveis.

 Portanto, vê-se que há uma racionalidade no consumo, de forma que cada indivíduo relaciona-se com ela diante de vários fatores que envolvem esse exercício de cidadania.

 


                                                     
                                        Referências: www.emobile.com.br
                            CANCLINI,Néstor García,Consumidores e Cidadãos, O consumo serve para pensar.
                                                                                  

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